Por que escrevo?

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"Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi**"




     Escrever por quê? 

   Apesar da frequência desta pergunta, eu nunca havia parado para tentar entender a metafisica que sempre me leva ao derramamento de palavras. Talvez seja apenas uma forma das verdades que eu deixei de dizer em determinadas situações, ou dos sentimentos, que por medo, deixei de declarar, encontrem de não morrerem em mim, ou quem sabe, seja justamente o contrário, escrever seja uma forma de sepultar vontades que nunca se concretizarão. O curioso é que tanto em um caso quanto no outro, as danadas das ideias se revestem de um poder mágico pelo simples fato de encontrarem semelhança na dor, alegria ou dúvida de outro alguém que as lê.

     Entretanto, seria egoísta demais falar apenas de mim e de tudo o que eu sinto, até porque, eu tenho momentos bem desinteressantes, que não valem um rabisco e não vivo em uma bolha isolada do mundo, por isso, confesso aos amigos, amores e até a aquele desconhecido que um dia esbarrei no metrô que também escrevo sobre todos vocês, e que portanto há inúmeros parágrafos e até capítulos inteiros de biografias não autorizadas guardadas em meu coração. E aqui permanecerão para que eu as acesse, sinta, reviva suas emoções e perceba que cheguei inteira até aqui, apesar dos retalhos, como uma grande colcha de retalhos, daquelas que minha avó tecia.

     Foi escrevendo que eu aprendi a observar as entrelinhas, e a perceber que o obvio, muitas vezes, não é aquilo que insiste em saltar como malabaristas kamikazes diante dos meus olhos, afinal, se fosse simples assim, não se chamaria vida, não a minha, pelo menos! Em meus rascunho notei que o fim do mundo, nem é tão ruim assim, que para cada noite escura, haverá um amanhecer radiante, que acontecimentos bons ou ruins sempre me renderão ótimas histórias, para que eu possa continuar a escrever, e deixar registrado para a posteridade um pouquinho mais daquilo que sou hoje e do que estou aprendendo. Por esses e outros motivos, só tenho um pedido ao destino: continue me dando motes!

Vanessa Rodrigues
**Citação: Mário de Andrade

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