O que é o amor?

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     Algumas vezes em minha vida fui surpreendida com a fatídica pergunta: O que é o amor? E hoje, olhando para estas ocasiões, o que me causa espanto não é de fato a pergunta, e sim minhas distintas respostas... Não seria o amor um sentimento único ou ele (o amor) de fato se transforma?


     A primeira (e talvez a mais engraçada) dessas, aconteceu durante a minha segunda série, quando uma professora deixou a tarefa de casa para turma, sem saber o quanto marcaria minha vida. A encomenda era simples: fazer um desenho sobre o significado do amor. Foi uma enxurrada de desenhos com pais, animais de estimação, sem falar no incontável número de corações, com que meus companheiros lotaram papéis, eu porém, inocente, sem compreender o que era o verdadeiro amor, desenhei uma árvore. Mas não era uma árvore qualquer! Retratei em papel e giz de cera a árvore que se erguia majestosa no quintal da minha avó. Uma árvore onde passava minhas tardes, ora brincando com os primos, ora com os amigos imaginários. Hoje sei que não estava totalmente equivocada ao usar uma árvore para simbolizar o amor.

     A vida foi seguindo e eu já não era a menininha do 2º ano do ensino fundamental, estava no auge dos meus 11 anos e já tinha o discernimento suficiente para perceber certas coisas, inclusive que a vida de um casal não era feita só do famoso "felizes para sempre". Por vezes, presenciei meus pais e pais de coleguinhas meus discutirem e cogitarem uma separação, e nós em meio ao fogo cruzado nos perguntando: "como lidar com isso?". E foi aí que mais um vez me vi diante do questionamento: "O que é o amor?" Se estar casado, pensei, não era amor, então o que seria? Se conceber e criar filhos não era amor, o que mais poderia ser? Porém, a vida e, em especial, meus pais me mostraram que os laços que unem as pessoas, não seguiam medidas tão rasas quanto as que eu tinha, porque amor é flor que ao ser cultivada corretamente, só tende a crescer, independente da adversidade, importando-se apenas, em florir na primavera.

     Para encurtar conversa, com o passar dos anos, posso dizer que compreendo melhor o que é o amor pois a vida tem constantemente me mostrado quem é ele, desde o dia que nasci até agora, em que escrevo estas palavras. A vida me revelou que o amor e seus significados são tão complexos e tão profundos, que não poderiam ser traduzidos em palavras. O amor não é só um sentimento, não se resume em uma carícia; o amor é uma vida inteira, é todas as estrelas do céu, é o mar produzindo sinfonias no silêncio infinito. O amor é a força mais poderosa do universo. O sentimento mais importante e elementar de nossas vidas, dia após dia, reciclando-se, deixando-se renovar, crescer... Como a frondosa árvore do meu desenho de infância, que se renova e se transforma em cada galho, o amor nos transforma, nos preenche e faz com que perguntas como a que intitula esta reflexão tornem-se insignificantes, pois o amor é pra sentir, multiplicar e não para definir.





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