Aos meus cães

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Bom mesmo é ter vida de cão!


   E quando faço esta afirmação, faço-a no sentido mais animalesco da palavra. Ter compromisso apenas com suas necessidades naturais, como fome e sede. Deixando-se gozar de uma alegria sem sentido, que brota de fontes pueris, originadas do reconhecimento da fisionomia amiga e do afago de mãos caridosas.

   Em vida de cão ama-se o simples! Tudo é permitido, nada é imposto. Dormir ou correr a tarde inteira, tanto faz no fim das contas, dá igual. O que vale mesmo é sentir-se bem.

    O cão tem uma sabedoria toda própria, que não é permitido a humano algum compreender completamente seus mistérios. Cabe-nos apenas compartilhar.

   Em sua mansidão e serenidade, o cão torna-se dono do homem, e o faz acreditar no contrário. Sua astúcia reside em manter-se leal a este arcano, e no serviço de servir irmana-se da força mais sagrada que já existiu.

   Por isso eu repito: bom mesmo é ter vida de cão!


Vanessa Rodrigues

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