A vida é feita de ciclos, em alternadas ondas de momentos felizes e aqueles não tão felizes assim. Descobri que viver não é apenas estar vivo, mas saber compreender e refletir sobre esta grande dádiva, que por algum motivo, nos foi dada. Eu consegui compreender esse mistério da maneira mais inusitada possível. Acreditem, aprendi a viver observando as vacas, que pastavam na fazenda de uma tia.
Menina suburbana, paulistana de nascimento, amante das garoas inesperadas de minha cidade cinza, foi em uma viagem ao interior de Minas Gerais que descobri como a grande ciência chamada vida acontece. Depois do período de adaptação, tedioso por sinal, passei a observar os elementos que compunham a paisagem, e encontrei nas vacas, grandes mestras. Para elas, a vida é um imenso pasto verde, fresquinho, a ser devorado aos montes, sem nenhuma ressalva, afinal, nunca se sabe quanto dura os tempos de abundância. Abocanhar a vida com todos os dentes, até ficar pleno dela. E somente depois disso, ruminar tudo que foi consumido, verificando, o que é proveitoso ou não para sua existência, a fim de guardar e engolir, somente aquilo que fará de você alguém melhor. Esse é o substrato da existência, o alimento de nossa anima. Quem se nega a vivenciar algo, está negando para sua mente e para sua alma o que elas necessitam para evoluir. Não se importe, vacas brancas, pretas, marrons e malhadas convivem juntas no mesmo pasto, refestelando-se, sem se preocuparem com julgamentos, querem apenas garantir sua sobrevivência. Aguardando a ocasião, em que juntas, terão de enfrentar a escassez. Vacas superam limites, vão atrás do que precisam, mesmo que para isso tenham que subir montes, e lugares rochosos. Vacas são capazes de transformar capim em leite, que sacia muita gente. Por isso, faça como elas, torne-se alguém apto a transformar o que de mais simples a vida lhe oferece em ações e pensamentos, capazes de satisfazer os que estão a sua volta, e acima de tudo, a você mesmo.
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